A onda que lavou tudo

Al Lucca
3 min readNov 11, 2021

--

Esse texto foi originalmente postado no The Design Edition.

Os designers mais seniores gostam de relembrar o início da era digital, eu incluso claro, essa conversa sempre pipocou nas entrevistas que fazia no podcast. Estávamos todos aprendendo, experimentando, a web era um parque de diversões, depois que apareceu o Flash então, eram fogos de artifício para todos os lados.

Mas o mercado amadureceu, a tecnologia também, o Flash morreu, nós veteranos ficamos batendo no martelo do “Design é mais do que telas bonitinhas” e fomos invadidos por uma onda que lavou tudo, e nos apresentou um mundo onde tudo fica igual, onde o standard traz mais conversão, e o resto virou firula.

Além do artigo abaixo, recomendo também escutar a entrevista com o Jaron Lanier no podcast Honesty, a discussão é muito mais profunda e cobre outras áreas, mas em um determinado ponto ele fala sobre a centralização de tudo e como isso afeta a “mesmice”, prepare seu cérebro porque o nível da conversa é no mínimo complexo 🤯

O artigo

O site Future, publicou esse artigo super interessante que elabora muito bem o problema da falta de identidade mas também abre a discussão de que talvez, estejamos saindo desse buraco. Não vou traduzir o texto, recomendo a leitura do original. Mas vou colar aqui as passagens que achei super coerentes.

  • Within the past few years, tech companies’ digital design all started to look the same: marginally, monotonously quirky; safe. From the sans-serif fonts to the muted pastel color palette, the stark white backgrounds to the curvy shape and hue of the buttons, most modern software blurs together into a familiar, squint-and-you’ll-confuse-it aesthetic.
  • On brands appealing to everyone, with clean lines, gradients, and rounded shapes, no one feels particularly compelled by them. And while these brands serve their purpose in attracting the “right” demographic to their software, they also make it difficult to form a meaningful connection with the user — the product feels like a stylistic blank slate.
  • Style is not just an eye-catching color or a fun skeuomorphic icon. Style is the indescribable quality that sums up how interacting with something makes a person feel. It isn’t simply sprinkling bits of color or animations on top of enterprise software to move metrics. It’s the feeling the user gets when everything about a product feels specific to a certain personality that they can identify and relate to.

Essa é a passagem mais importante na minha opinião, a sensação, a conexão entre um produto, que nada mais é do que código, com a pessoa que está usando aquele produto, isso não acontece com wireframes coloridos, mas deve ser algo intrínseco a experiência, onde o usuário não nota, mas tudo está em perfeita ordem, conectado, fluído.

  • Style matters to our economy, our society, and to each of us personally — it allows us to communicate who we are and who we want to be. While it is widely understood that style is the driving force behind consumer purchasing decisions in things like clothing, I’d argue that the same has become true in technology and software as well.

O que eu faço com isso?

Cada um sabe o que é melhor para a sua realidade claro, eu, por exemplo, sempre fui muito chato na parte visual/branding e vou fazer o que posso para ajudar esse trend de incentivar a personalidade não morrer. Incluíndo lição de casa, como rever nossos produtos e como apresentamos nosso branding, por mais que eu acredite que temos um estilo e linguagem nossa, com especial cuidado em manter o balanço entre standards e identidade própria.

Até a próxima, e lembre-se que para ter acesso antes, é só se cadastrar no The Design Edition

Al Lucca

--

--

Al Lucca
Al Lucca

Written by Al Lucca

Designer— Host of Expatria.co podcast — Newsletter The Design Edition — Mentor @trydesignlab — Conteúdo (mostly) em Português

No responses yet